É de comum saber que a dependência química não é uma doença simples de se tratar, e que clínicas de dependentes químicos normalmente são marginalizadas e são procuradas na última etapa do tratamento. As pessoas recorrem ao tratamento da dependência química em clínicas justamente quando não conseguem ver a luz do túnel no tratamento domiciliar.
Aparentemente está correto tentar tratar da dependência com os recursos que se têm à mão, mas esperar demais também não é a solução. Para isso as clínicas estão disponíveis. Elas auxiliam no cessar fogo do uso e dão a luz da sobriedade ao dependente para ele realize o tratamento de forma adequada.
O Tratamento
São nas instituições que o dependente químico vai lidar com a doença, nua e crua. Aparentemente pode até estar sozinho – sem a presença de familiares e amigos – mas estará bem amparado. Nas clínicas de recuperação é comum ter uma equipe técnica bem formada para realizar esse amparo, acolhimento e para justamente facilitar a adesão do paciente ao tratamento.
Nestas instituições – quando se está sóbrio – o primeiro passo é lidar com a questão da doença do comportamento adictivo baseada em comportamentos obsessivos e compulsivos. Sendo assim, o tratamento será focado em resgatar a pessoa antes do processo de dependência. Resgatar responsabilidades e atitudes passadas que não eram atitudes pertinentes ao processo de droga adicção.
Amparo Psicológico e de Grupos de Apoio
São em clínicas de dependentes químicos, que o paciente (adicto) irá aprender a lidar com seus sentimentos, partilhá-los em rodas de conversas com outros pacientes e com grupos de apoio como narcóticos anônimos (N.A) e amor exigente (A.E.) e por fim, consultas recorrentes com psicólogos associados à instituição.
Juntamente existem assistentes sociais que fazem os trâmites entre paciente e familiar, para que não haja muito contato justamente para não atrapalhar o tratamento. Nessas instituições o adicto está lá para se tratar, para se olhar e para se resgatar. E não pode ficar tendo um contato com a família, pois justamente é essa, em alguns casos, o fator justificante para o uso. Além do mais, há a necessidade desse distanciamento para a valorização da questão família.
Laborterapia e Lazer
Há um taboo que envolve familiares e amigos à respeito de clínicas de dependentes químicos. Muitos acreditam que por serem espaços belos e arborizados, com piscinas e salas de tv, jogos dentre outros o paciente está em um SPA, ao invés de se tratar quando na verdade o que ocorre é justamente o contrário. Lidar com uma doença incurável, progressiva e fatal, não é fácil, ainda mais distante da família.
Durante o processo do uso, o lazer que o dependente tinha, era o uso. É difícil de compreender que hábitos de lazer como sair com os amigos se reverte nesse processo. Isolar e usar é o maneira mais fácil de se ter o próprio lazer. Então é importante a questão social nestes espaços. Aprender a se ressocializar, a lidar com desafios como insatisfação pessoal é preponderante para o processo de recuperação.
Além do mais, nas clínicas de recuperação que se resgata a questão da rotina e das regas. Regras, normativos e horários são determinantes no processo de criação das responsabilidades. Aliado a isso, existe um fator preponderante, a laborterapia. Que reforça essa questão. Ocupar o tempo com atividades que envolve responsabilidades é fundamental para que ao final do tratamento, esse hábito esteja presente no paciente.
Não use como Recurso Final
Antes mesmo de você dispor de recursos financeiros e avaliar se um ente querido deve ou não ser internado em uma instituição, procure um agente da saúde no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) de sua cidade. Faça uma avaliação, conheça mais sobre a dependência química e a substãncia que seu familiar ou amigo está se apoiando. Não deixe as instituições por fim, as vezes uma atitude rápida e eficaz desse processos de institucionalização salvará a vida dessa pessoa.
Autor: Renan Rugolo Ré